quarta-feira, 24 de julho de 2013

Padre Fábio de Melo fala da presença de 'curiosos' e de Luan na JMJ


24/07/2013

'Temos que integrá-lo. Mostra diversidade', diz sobre show do sertanejo.
Ele conta ao G1 que fez 'Seja bem-vindo', canção para o Papa, em um dia.

Padre Fábio de Melo durante show de seu novo DVD, 'Queremos Deus' (Foto: Divulgação)Padre Fábio de Melo durante show de seu novo DVD, 'Queremos Deus' (Foto: Divulgação)
Entre Luan Santana e Fafá de Belém, o Padre Fábio de Melo é um dos grandes nomes esperados para a Jornada Mundial da Juventude, que vai reunir jovens católicos de vários países enEm entrevista por telefone ao G1, o padre, que também está lançando "Queremos Deus", seu quarto CD e DVD ao vivo, diz que a jornada é uma "grande oportunidade" para o Brasil e que a presença de "curiosos" é algo normal. "Eles acabam sendo fisgados quando as coisas começam a acontecer", conta. Ele afirma que a participação de Luan Santana na recepção ao Papa Francisco "mostra diversidade". "O nosso papel é de integrá-lo para que ele se sinta bem entre nós que somos cantores religiosos católicos", diz o padre.
G1 - O senhor trabalha com música há mais de 15 anos. O que tem de diferente neste novo trabalho, 'Queremos Deus', se comparado aos outros?
Padre Fábio - Eu acho que o diferencial do DVD, que resultou também no CD ao vivo, é que é o primeiro trabalho que eu faço gravando com grande público. Nós fizemos no centro de evangelização da Canção Nova, em Cachoeira Paulista, com 50 mil pessoas. Cantei um pouco do repertório do CD anterior, “Estou aqui”, e músicas que foram importantes na minha vida. Tive a oportunidade de juntar meus amigos que são cantores da música católica, como Ziza Fernandes, Celina Borges, Adriana Arydes, Eugênio Jorge, Salete Ferreira, Walmir Alencar e Lucimare. E a Canção Nova é onde eu tenho feito há quase oito anos o meu trabalho como comunicador. É lá que eu tenho meu programa na TV e que eu participo dos acampamentos onde reunimos em torno de 100 mil pessoas em eventos evangelizadores. Queria registrar esse momento da minha vida com a comunidade.
G1 - Qual a expectativa para a Jornada Mundial da Juventude? Qual a importância do evento ser no Brasil?
Padre Fábio -
 Sem dúvida, é uma grande oportunidade para nós sermos o primeiro país a receber o Papa Francisco em uma visita oficial. Um Papa latino-americano que traz um sangue novo para as veias da Igreja. Reunir a juventude para refletir o segmento de Jesus. Traduzir para os dias de hoje, com palavras que facilitem a compreensão, o que significa ser cristão. Temos a oportunidade de refletir que, quando Deus entra no nosso coração, podemos tornar o mundo melhor.
G1 - Muitas pessoas vão à JMJ sem saber seu verdadeiro propósito, como se fosse uma 'micareta'?
Padre Fábio -
 Acho que sempre tem os curiosos, que acabam sendo fisgados quando as coisas começam a acontecer. Mas a grande maioria é de jovens que vêm do mundo todo e estão acostumados a viver essa proposta de evangelização, que é a jornada, que já acontece há tantos anos no mundo afora.
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Acho que sempre tem os curiosos, que acabam sendo fisgados quando as coisas começam a acontecer"
Fábio de Melo
G1 - A vinda do Papa Francisco ao Brasil foi a inspiração para fazer a música 'Seja bem-vindo'. Como foi a composição?
Padre Fábio -
 Recebi um telefonema, com o convite para fazer uma música e precisava entregar no outro dia de manhã. Tive uma tarde e uma noite para compor a canção e quis fazer uma música que fosse uma conversa entre amigos. Sem formalidade, com expressões simples. Fiz uma letra que mostrasse realmente essa familiaridade com que o Brasil pretende receber o Papa. Pretendia uma linguagem coloquial com essa música.
G1 - Luan Santana foi convidado para cantar na visita do Papa. É estranho um cantor pop sertanejo participar no lugar de um cantor religioso?
Padre Fábio -
 Eu não acredito que, neste momento, a gente tenha que distinguir. Na verdade, a distinção existe. Ele é um cantor popular e os Papas, quando fazem visitas oficiais aos países, é natural que eles sejam recebidos por cantores religiosos e por cantores seculares. Isso mostra a diversidade. O Luan é um menino jovem, que já teve uma história com a música católica. Em outros discos, antes de ele ser tão famoso, ele já tinha gravado música de uma banda católica chamada Anjos de resgate, que fala de amizade. Agora que ele está escalado para cantar, o nosso papel é de integrá-lo para que ele se sinta bem entre nós que somos cantores religiosos católicos.
G1 - Marco Mazzola, produtor do disco da JMJ, disse ao G1 que o senhor é um artista completo. Para ele, os padres precisam ser como atores, têm que atuar em suas missas ou shows. O que o senhor acha disso?
Padre Fábio -
 No meu papel como padre, eu tenho que ser inteiro, verdadeiro. O Mazzola é muito carinho comigo porque ele é meu amigo. Foi um prazer muito grande trabalhar com ele. E uma coisa que eu partilhei com ele é que a arte faz parte da minha vida. Toda vez que eu evangelizo eu me utilizo de todos os recursos que Deus me deu. E eu concordo com ele. Acho que a Igreja precisa cada vez mais fazer com que a comunicação seja bela. Buscar recursos da estética para que a gente possa anunciar o evangelho.

G1 - Em uma outra entrevista ao G1, o senhor disse que é muito ligado em cinema. No segundo semestre deste ano e em 2014, vai acontecer uma onda de filmes bíblicos em Hollywood. Steven Spielberg é cotado para dirigir longa sobre Pôncio Pilatos. O que acha dessa moda?
Padre Fábio -
 É mesmo? Acho muito interessante. A Bíblia é uma fonte de histórias muito ricas, com personagens muito interessantes. Fico muito feliz em saber que irão tocar nessas histórias para que esses personagens sejam mais conhecidos. Espero que façam com muita responsabilidade.
G1 - Mas o que o senhor acha do Brad Pitt interpretar Pôncio Pilatos, por exemplo? Russell Crowe vai interpretar Noé, ele é bom para o papel?
Padre Fábio -
 Não vejo problema. A profissão deles é essa e eles têm que interpretar e buscar fazer a adequação do personagem. Acho que o papel deles é encontrar um desafio e vencê-lo.
G1 - Quais outros temas e personagens bíblicos renderiam filmes de Hollywood?
Padre Fábio -
 Eu gosto muito de um personagem, que é o Jó. É um homem de uma riqueza existencial e antropológica muito grande e tenho certeza de que daria um bom enredo para um filme.
de Letícia Melo
G1- São Paulo

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